Gostaria de compartilhar com vocês algo muito
interessante que li em um pequeno livro chamado "De pais para filhos" de LeRoy C. Dugan, nele o autor
aponta 10 coisas que devemos fazer para deixar aos filhos e netos um legado
inesquecível.
Algumas dessas coisas são na verdade importantes princípios
esquecidos por muitas pessoas, mas que certamente, quando observados podem
fazer uma grande diferença às pessoas que amamos, principalmente aos filhos e
netos.
Primeiro Legado: Amar a Cristo.
O autor
tem como ponto de partida a seguinte indagação, o que devemos deixar aos nossos
filhos? Ele começa falando do dinheiro, que com toda certeza será muito
importante, mas provavelmente não será o maior legado que podemos deixar. Sobre
o tema afirma Dugan:
Se eu deixar milhões de dólares para meus
descendentes, não darei a eles nada de valor duradouro.
Se, porém, eles lembrarem, mesmo nos momentos mais
terríveis de sua existência, que o pai/avô amava acima de tudo o Filho de Deus
que dá a vida, terei plantado na mente deles um exemplo de valor permanente,
que fará com que se lembre da brevidade da vida e da importância de se apegar
ao Salvador.
Segundo Legado: Amar o cônjuge.
Sem
sombra de dúvidas esse é um tema muito delicado, pois muitas vezes acreditamos
que estamos fazendo sempre o melhor para os nossos cônjuges, mas na prática
pisamos na bola muitas vezes. O que lemos no livro mencionado não nos fará cônjuges
excelentes, mas nos dará algumas boas dicas de amor e respeito. Nas palavras do
autor:
Alguém disse, com muita sabedoria, que melhor coisa
que um homem pode fazer por seus filhos é amar a mãe deles.
Abaixo a devoção ao próprio Cristo, esse é, com
certeza, o legado mais importante que os pais, podem deixar para os
descendentes.
Minha Espiritualidade é do tamanho com que trato
minha esposa.
Nenhum destaque público, seja em reuniões de
oração, exposição bíblica bem feita ou testemunho fervoroso, serve como
critério para essa avaliação obviamente difícil. Posso dedicar à oração, pregar
mil sermões, repreender a impiedade de milhares de políticos e lutar até ao dia
do juízo final pelos valores da família, mas nada substituirá o simples amor
por minha esposa, semelhante ao de Cristo pela Igreja.
Em
seguida o autor sugere algumas formas de tornar evidente o amor entre os cônjuges,
que são as seguintes:
a) Jamais critique
seu companheiro em público.
b) Nunca contradiga
seu companheiro em público.
c) Nunca faça uma
comparação depreciativa de seu companheiro para outra pessoa.
d) Não deixe de
expressar gratidão pública por tudo que seu companheiro faz.
e) Não hesite em demonstrar
afeto em público. Mãos dadas, beijos discretos e abraços carinhosos proporcionam
grandes revelações às crianças que observam o casal.
f) Diga aos outros
que você ama seu companheiro! Declare em palavras!
g) Sirva seu
companheiro com alegria.
h) Cubra seu
companheiro com símbolos de amor. (pequenos
presentes que tenham significado de carinho para o casal).
i) Elogie seu
companheiro ao conversar com os filhos.
Terceiro Legado: Senso de humor.
LeRoy C. Dugan menciona neste ponto que há muitas
indicações na Bíblia sobre o bom senso de humor, e cita algumas passagens,
entre as quais destacamos duas:
“Todos os dias do
aflito são maus; mas o coração contente tem um banquete contínuo.” (Provérbios
15:15)
“O coração alegre
serve de bom remédio.” (Provérbios 17:22)
O autor nos alerta ainda que:
Uma
das tentações da idade é esquecer as coisas alegres e felizes que iluminam
nossa vida e remoer o “que poderia ter sido”.
Quarto Legado: Senso de organização.
Nesse
Capítulo do livro, Dugan expõe uma brilhante definição de ordem determinada
pelo Criador, ele diz que:
Há evidências de organização por toda parte. O
Sol nasce se põe todos os dias em horário previsível.
Deus determinou ordem, não apenas no mundo
natural, mas também no espiritual.
Logo em seguida
o autor nos apresenta alguns fatos que podem acontecer, e que de fato acontece com
muitas pessoas e famílias, quando negligenciamos a ordem estabelecida por Deus:
a) Estabelecemos o
caos em nossa vida pessoal.
b) Estabelecemos o
caos na família. A ideia do “cabeça” praticamente desapareceu. As palavras de
ordem são “parceria” e “decisão familiar”.
c) Além do mais,
temos mantido o caos como princípio regulador das atividades da casa.
Decidimos, há muito tempo, desprezar todo tipo de rotina que resulta de
organização, dificilmente fazemos refeições juntos, raramente paramos para
desfrutar da companhia uns dos outros em casa, quase nunca oramos juntos e pouquíssimas
vezes ficamos juntos na igreja.
Outro
ponto, óbvio mas verdadeiro, lembrado pelo autor é “dê atenção a sua aparência”,
sobre o que ele afirma:
Acredito que nos arrumaríamos bem para entrar na
presença de um membro da realeza. O fato é que ESTAMOS na presença da
Realeza... do próprio Deus.
Ele
também menciona que “ordem” não tem relação nenhuma com a condição financeira
ou posição social. E que uma casa em ordem expressa hospitalidade, já a desordem
por sua vez fala o contrário:
“Eu me importo tão pouco com minha família e com
você, meu convidado, que nem me dou ao trabalho de deixar minha casa com a
melhor aparência possível para recebê-lo”.
Quinto Legado: Integridade.
Nesse
aspecto concordo sem reservas com as palavras do autor: “Em toda história, nunca houve tanta necessidade de demonstração
aberta e decisiva de integridade”. Ele menciona algumas situações em que temos a
oportunidade de praticar atos que demonstram integridade:
Cumprir
promessas
Poucas coisas minam tanto a confiança na geração
mais velha do que deixar de cumprir uma promessa. As palavras “Mas você
prometeu!” são o grito angustiado de uma criança para quem o mais velho havia dito que a levaria para pescar,
assistir a um jogo ou tomar sorvete e não fez o que prometeu.
Uma promessa tem que ser cumprida, a qualquer
custo!
Guardar
Segredos
Sei como é fácil desprezar a importância de
guardar informações confidenciais de uma pessoa mais jovem. Às vezes, o “segredo”
é tão trivial que parece não haver nenhuma consequência grave em revela-lo.
Na verdade, há ocasiões que permitimos se torne
objeto de piada [...]
Seguir
Regras
Se você dirige sem habilitação ou sempre acima do
limite de velocidade permitido para via, está estabelecendo uma base para seu
filho, no futuro desrespeitar as leis.
Se você sai da loja sabendo que o funcionário se
enganou e lhe deu mais troco do que devia, só há uma opção [...] devolva. (óbvio, mas verdadeiro)
Jesus
viveu sob o poder de um sistema político totalmente pagão, [...]Quando, porém,
um discípulo perguntou como pagariam o imposto do templo, Jesus não fugiu à
obrigação [...].
As regras no local em que trabalhamos [...] são oportunidades
para demonstrarmos integridade!
Sexta Legado: Generosidade.
A Generosidade
é um dom de Deus, precisamos colocá-la em prática em nossa vida cotidianamente,
o autor do livro “De pais para filhos” nos apresenta algumas coisas com as
quais precisamos ser generosos, entre elas destaca, o tempo, as habilidades e o
dinheiro, como conforme relata:
Seja
generoso com o tempo
Filhos e netos [..] eles precisam do meu tempo.
Precisam que eu os ouça, de um ouvido em que possam derramar suas histórias e
problemas.
Seja
generoso com suas habilidades
O fato é que muitas vezes nossos filhos têm mais
talento do que nós. Então, parece que não há nada que possamos fazer melhor do
que eles fazem.
Não se menospreze. Você estava por aqui muito
antes do dia em que eles chegaram. Aprendeu coisas que eles ainda não sabem.
Seja
generoso com o dinheiro
Felizmente, não precisamos ser ricos para fazer
doações.
Nesse tema
o autor faz importante ponderação, devemos ser generosos, mas não devemos cair
no equívoco de diminuir a responsabilidade financeira de ninguém. Por isso,
afirma:
Pagar as contas de outra pessoa, perpetuando mau
uso do dinheiro, não é ato de amor.
Não doe mais do que a gratidão de quem recebe.
Sétimo Legado: Encorajamento.
Na Bíblia
lemos muitas palavras de o encorajamento, mas uma em especial chama minha
atenção, está escrita no livro de Josué 1:9 que diz: “Não to mandei eu?
Esforça-te, e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o
Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares”.
O livro “De
pais para filhos” reitera a necessidade de incentivar nossos filhos:
Todos sabemos que precisamos receber incentivo.
O incentivo não gera de forma alguma, orgulho.
Faz exatamente o oposto.
Os filhos crescem, mas ainda gostam de nossa
aprovação. Ainda são nossos filhos, mesmo depois que se casam, e continuam a se
deliciar com nossos incentivos.
É um privilégio estar em um ambiente de
encorajamento!
Oitavo Legado: Amor ao próximo.
Toda Lei
se resume em dois mandamentos: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de
todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti
mesmo.” (Lucas 10:27). Por
isso não podemos desprezar que o evangelismo é um ato de amor, todavia esse, é
um dos aspectos trágicos em algumas famílias cristãs, conforme relata o autor:
Muitos pais transformam suas casas em fortalezas
destinadas a proteger seus filhos de ataques de influencias perversas, e jamais
se arriscam para trazer outros para a segurança do Reino.
Desafie seus filhos a compartilharem o evangelho
em todas as situações.
A oração deve fazer parte do cardápio, em todas
as visitas deles.
Se você não tornou o evangelismo parte importante
de sua vida, comece logo. Há oportunidades por toda parte!
Nono Legado: Um baú cheio de histórias.
É
interessante como todos gostamos de ouvir histórias, seja as contadas nos
livros, seja as que assistimos no cinema, até mesmo àquelas que ouvimos de
coisas do cotidiano. E nesse livro, o autor traz um fato importante, “o
evangelho é acima de tudo, uma história”! Entre outras coisas nos adverte que:
Crianças amam histórias. Devemos aproveitar isso
e contar muitas delas.
Espero que você, como eu, tenha começado a contar
histórias quando seus filhos eram pequenos. Mas, se não o fez, pode começar
agora.
Quem sabe você, leitor, possa estar dizendo a si
mesmo que não tem imaginação suficiente para contar histórias. [...]
Aconteceram coisas com os pais, ou avós, que nunca ocorrem com as crianças.
Tocante a elas, viemos de um mundo bem diferente.
[...] Somos, na verdade, criaturas potencialmente intrigantes, procedentes de
outro tempo, que iam a pé para escola, [...] assistiam filmes em preto e
branco, usavam máquinas de escrever, comiam sanduíches baratos, [...] vestiam
roupas estranhas e escutavam umas coisas chamadas “LPs”. [...] as diferenças
podem ser narradas de uma forma que soam como aventuras exóticas!
Suas histórias estão trancadas em sua memória.
Liberte-as! Conte aos seus filhos!
Décimo Legado: Um diário de memórias.
No livro
de Jó 19: 23-25 lemos: “Quem me dera agora, que as minhas palavras fossem escritas! Quem me
dera, fossem gravadas num livro! E que, com pena de ferro, e com chumbo,
para sempre fossem esculpidas na rocha. Porque eu sei que o meu Redentor
vive, e que por fim se levantará sobre a terra”.
Ao final
do livro “De pais para filhos” o autor faz uma bela reflexão sobre a
necessidade de registrar nossas crenças e convicções:
As convicções impressas permanecem vivas!
Na verdade, não importa se você é bom escritor.
Não importa se o que você escrever vai se transformar em um livro. O que
importa é que sua família terá um registro de suas convicções mais profundas,
sobre o que é mais importante na vida.
Coloque em forma de diário, cartas ou crônica.
Por fim,
em outras palavras, refaço a pergunta do autor no livro, “o que estamos
deixando para os nossos filhos e netos?”.
Fica a dica de leitura do livro.